As aves assanhadas da madrugada
Esperam todas no portão
do Leste
E anunciam
Gralham
Matraqueiam
O aparecimento do Sol.
Ele toma rápido
Seu posto no céu
Despretensioso.
Até um pouco desanimado.
Mas hoje é Sertão.
E, embora as queimaduras
Expostas da terra,
Feridas abertas
Onde terá que se pisar,
O Sertanejo agradece
E fica feliz em ver a vossa Alteza.
As plantas fervem
As aves e os bichos fogem.
As fissuras se aprofundam
No lugar infértil
Nada dura.
E a culpa
É do Sol
Ou do Chão?
O Sertanejo não sabe.
Ele pensa.
Acha que é dele.
E agora se penaliza, o homem
Por ter feito a Dança da Chuva
Por ter desejado a Chuva.
Um comentário:
Achei bem legal esse texto!
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