20 de setembro de 2011

Eu estou cultivando um Gregor Samsa em mim

Eu estou cultivando um Gregor Samsa em mim.
Meu primeiro exoesqueleto.
Uma carapaça dura
E tosca
Que cobre meus braços, minhas mãos
E sei que também meu rosto... Tudo.

Você irá dizer que é auto-proteção,
mas isto é tão dolorido quanto as cascas
que recobrem as feridas.
- E para quê mais elas serviriam?

Sinto que esse vigoroso material está cada vez mais grosso.
Exfoliar, nessa altura, seria um retrocesso.
Quando atingir sua máxima rigidez
Tudo rachará e cairá
Como um ovo que trinca para revelar um dinossauro
Ou uma ema.